O Studio

Acreditamos que a arquitetura cada vez mais e necessariamente deverá estar inserida dentro de um contexto onde haja previsão de materiais ecologicamente corretos para construir, onde haja pesquisa para o uso de materiais recicláveis e técnicas alternativas que evitem a alteração da composição do solo, aterros, a emissão de gás carbônico, o aquecimento e o desequilíbrio do sistema de chuva, onde haja planejamento para usar o máximo possível dos recursos naturais em iluminação, ventilação e vegetação e utilização de modos alternativos de gestão de água e luz.

Acreditamos que a proteção do patrimônio não é um ato de salvaguarda de objetos-testemunhos pois, se estes perdem seu passado, não significam mais do que a imagem que o presente projeta do passado. A proteção é um ato eminentemente moderno, pois trata-se de fabricar a história no dia-a-dia, de compor permanentemente a memória, de produzir incessantemente a lembrança.

A realidade contemporânea se baseia cada vez mais no predomínio do ambiente construído e no crescimento descontrolado das cidades, no uso de materiais e técnicas com elevado custo energético e alto grau de desperdício em seu funcionamento e manutenção. É preciso buscar parâmetros relacionados com a capacidade da arquitetura contemporânea de responder a essas demandas.

Uma arquitetura para o presente deve considerar o já construído, afrontando a melhoria de entornos degradados em busca de um reequilíbrio ecológico na relação entre seres humanos e seu entorno artificial, sem cair em nostalgias de um passado perdido.

Nesse mundo globalizado e rico em objetos e modismos, pobre em tecidos, fraco em espaços comuns, o homem está reduzido a um simples artefato alienado na cidade com espaço interior cheio de mensagens contraditórias, e um aspecto exterior pleno de manufaturas iconográficas que robotizam sua consciência e lesionam o equilíbrio da natureza. A arquitetura, em parte significativa parece atender aos anseios de uma classe média em ascensão, lastrada em desajustes sociais, ambiciosa de aparências e empenhada em rasurar o tempo. Talvez, porque a demanda dessa nova classe (ou sociedade) – produto desse mundo globalizado – requeira como elemento integrador o substrato do simulacro. Isso produz uma arquitetura eloqüente em molduras, enfática em formas e perversa na simulação do lugar.

Conceituamos a diversidade como a possibilidade de uma criação mais abundante, vigorosa e consistente. Através de parcerias e de atuações em equipe temos a possibilidade de crescer realizando e produzindo com sinergia. Damos grande valor para o aprendizado, que para nós significa a certeza de que estamos todos ainda a caminho, temos muito a fazer e vemos no diálogo a possibilidade de promover trocas de percepções quanto ao nosso entendimento da vida e nossa participação no mundo. A verdade para nós inclui a ética e a transparência como base para a criação de elos de confiança e perenização das relações.